Joyce DiDonato (Fotografia de emusic.com)
A cor e a melodia que se
encontram na soberba voz de Joyce DiDonato proporcionam uma fusão elegante e
encantadora entre a música barroca e os tempos modernos. Com um absoluto
controlo vocal, a arte da “Diva Yankee” tem meticulosamente definidos todos os
versos, todas as palavras e os silêncios das árias que resgata em “Drama
Queens”. A pequena orquestra do Complesso Barocco, igualmente
mais-do-que-especializada no repertório, proporcionou um acompanhamento natural
e cativante; em conjunto com a inteligência e a agilidade interpretativas de
DiDonato, a música criou um ambiente deliciosamente envolvente, rendendo
absolutamente o auditório da F. C. Gulbenkian à arte de DiDonato e do Complesso,
que foi premiada com uma ovação extensa e estrondosa.
Árias como “Piangerò la sorte mia”, de “Júlio César no Egipto” de Händel, foram profundamente comoventes, com momentos de subtileza inigualável, como quando, revelando uma tonalidade transparentemente radiante, humildemente canta que chorará “finche vita in petto avrò” (“até que me reste vida no peito”). Provavelmente, é esta emoção em que a meio-soprano mais consegue atingir o intangível (tão bem veiculado por estas músicas), visto que repetiu uma raridade do barroco diferente mas com uma ideia semelhante: “Lasciami piangere” (“Deixa-me chorar e depois morrer”), de Keiser. Os contornos do concerto foram muito bem definidos, explorando obras de Monteverdi, Vivaldi, Scarlatti, Gluck e Händel, entre outros compositores.
Para quem pensava que a música barroca não passava de um género datado e ultrapassado, o P.Z. ficou totalmente arrebatado por esta prova do contrário. DiDonato demonstrou que este género é pautado pela elegância musical e que é a perfeição interpretativa que o faz viver, gerando extraordinária arte num estilo… barroco! A "Diva Yankee" merece claramente o título de "diva". E não é qualquer diva que é tão ousada na escolha de estilo—em todos os sentidos positivos imagináveis. Portugal não aceita não voltar a ver DiDonato em breve!
Árias como “Piangerò la sorte mia”, de “Júlio César no Egipto” de Händel, foram profundamente comoventes, com momentos de subtileza inigualável, como quando, revelando uma tonalidade transparentemente radiante, humildemente canta que chorará “finche vita in petto avrò” (“até que me reste vida no peito”). Provavelmente, é esta emoção em que a meio-soprano mais consegue atingir o intangível (tão bem veiculado por estas músicas), visto que repetiu uma raridade do barroco diferente mas com uma ideia semelhante: “Lasciami piangere” (“Deixa-me chorar e depois morrer”), de Keiser. Os contornos do concerto foram muito bem definidos, explorando obras de Monteverdi, Vivaldi, Scarlatti, Gluck e Händel, entre outros compositores.
Para quem pensava que a música barroca não passava de um género datado e ultrapassado, o P.Z. ficou totalmente arrebatado por esta prova do contrário. DiDonato demonstrou que este género é pautado pela elegância musical e que é a perfeição interpretativa que o faz viver, gerando extraordinária arte num estilo… barroco! A "Diva Yankee" merece claramente o título de "diva". E não é qualquer diva que é tão ousada na escolha de estilo—em todos os sentidos positivos imagináveis. Portugal não aceita não voltar a ver DiDonato em breve!
★★★★★ (5/5)
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didonato lisbon drama queens review fundaçao calouste gulbenkian grande auditorio
A Yankee Diva foi fabulosa e o concerto, para mim, o melhor da temporada da Gulbenkian até à data.
ResponderExcluirJoyce DiDonato foi, como sempre, generosa e genuinamente simpática. Cantou 4 encores (um repetido), deliciando-nos com a mais alta qualdade da sua sempre superior interpretação vocal.