Janacek não é certamente um compositor com que eu esteja muito familiarizado. Ainda assim, assistindo a concertos de música moderna e aprendendo sobre diferentes conceitos de ritmos, melodia e diversidade de temáticas, penso que consegui apreciar o espectáculo que vi.
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| Capa do programa da FCG. Cuidado com a roupa que mancha de tinta!! |
Assim que vi o nome do maestro Esa-Pekka Salonen, fiquei logo curioso. Estive a ler umas linhas que o maestro dedicou ao espectáculo que dirigiu e penso que pode esclarecer muitas ideias (imagem abaixo). A direcção musical foi de carácter superior, sendo que por vezes apenas me questionei se o maestro tinha noção da capacidade acústica do auditório da FCG: habituado a grandes salas, Salonen fez a orquestra tocar fortissimo de um modo que por vezes me pareceu quase impertinente. Mas melhor é difícil...
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| Algumas linhas que o maestro dedicou ao espectáculo. Carregue para aumentar. |
A encenação é inovadora. Há uma sequência de filmes e imagens sintonizadas com a música. De início havia uma cortina que permitia criar um efeito de projecção parcialmente tridimensional. Já pensava eu "não me digas que vou ter esta coisa à frente da orquestra todo o espectáculo"; mas a final deixam-na apenas cair. Os cantores sentavam-se em cadeiras com pequenos adereços e vestuário simples condizendo com um ambiente mais campestre do que prisional.
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| Esa-Pekka Salonen. Imagem retirada do programa da FCG. |
As vozes foram pouco interessantes. O político deportado era um velho (Esa Ruuttunen) que nem sempre se fez ouvir e que, apesar de ser o personagem principal, não tem muita participação vocal. Quem apareceu como bom cantor e óptimo actor foi Pavlo Hunka (Chichkov). O Skuratov de Gordon Gietz também foi bom, mas pouco actuado e audível. O coro esteve óptimo e as restantes vozes -- que tinham papéis muito reduzidos -- pouco se fizeram ouvir sobre a orquestra de Salonen e Janacek, ao mesmo tempo que um cantor chegava a fazer de 9 (!) personagens diferentes.
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| Ai que difícil... mais bilhetes a cair do céu? A malta não perdoa: segundos depois, já estava ganho! |
Caro Plácido,
ResponderExcluirFui ver hoje, para mim também é uma experiência pouco usual e estou globalmente de acordo com a sua apreciação.
Esta publicidade toda negativa é gratuita, tipo xixi cocó, ao Teatro São Carlos já enjoa para se honesto.
ResponderExcluirQual é o problema o teatro oferecer bilhetes, o Met faz o mesmo o Covent Garden idem " ".
Porque será que em Portugal quem faz apreciação sobre musica só copia a porcaria dos que já o fazem há muitos.
Este estilo sacudido javardo e mau carácter bem ao estilo de Calados e Silveiras já esta fora de moda e já nem consegue mexer com ninguem....apenas os faz passar por tolos.(apesar que o segundo desde que começou a colaborar com orquestras e a organizar festivais anda mais calmo...pois não já tem o protagonismo que queira).
Este blogue tem comentários e analises extremamente pertinentes e bem feitas no entanto facilmente passa ao extremo num piscar de olhos....espero que ao menos este comentário sirva para que seu criador reflicta sobre como expõe os seu artigos...
Há que criar uma crítica melhor, educada, isenta, e não alimentar o estilo emporcalhado que tem alimentado a sociedade portuguesa nos últimos 30 anos.
Tenho dito.
Anonimo4853045803480
Qual é o problema o teatro oferecer bilhetes, o Met faz o mesmo o Covent Garden idem
ResponderExcluir-> Eu critiquei alguma coisa?
Porque será que em Portugal quem faz apreciação sobre musica só copia a porcaria dos que já o fazem há muitos.
-> Li essa frase muitas vezes mas ainda não consegui concordar, a pesar do "tom" convicto que usa.
espero que ao menos este comentário sirva para que seu criador reflicta sobre como expõe os seu artigos...
-> Estou, de facto, a reflectir. Eu faço isto porque acho interessante. Por vezes, exagero de propósito para tentar chamar a atenção. Este blog é aberto a todos os leitores, pelo que agradeço que deixe sugestões mais concretas. (Repare que, mesmo tendo o seu comentário termos pouco educados para mim, que não o conheço, estou a aceitá-lo e a responder.)
Mais uns aspectos que aproveito para esclarecer... tenciono que o meu texto seja curto e simples; não que seja detalhado e cansativo, porque acaba por tirar o interesse ao leitor. A crítica não se destina a profissionais, pelo que não aprofundo muitas ideias.
Obrigado pela visita, Anonimo4853045803480.
Continuo a aguardar sugestões.
Boa noite.
ResponderExcluirRealmente só após ter ido de Erasmus e de ter ido à casa da Opera de Riga começei a gostar imenso de Opera. No entanto agora procuro assistir a Operas em Portugal, nomeadamente em Lisboa, e reparei que não existe uma casa da Opera (sim pode parecer ignorância, mas para quem não conhecia Opera..), onde posso então ouvir "boas" Operas em Portugal? Gostaria de ouvir os grandes clássicos antes de começar a entrar noutro tipos de obras, será possível por cá ou terei de esperar muito tempo até aparecer algum espectáculo? Gostaria também de começar pelos grandes clássicos também para poder cativar amigos meus e para lhes mostrar o quão belo é a Opera.
Agradecia que alguém me pudesse responder.
Cumprimentos
Miguel
Caro Miguel
ResponderExcluirBem-vindo ao mundo da ópera.
A casa de ópera por excelência em Portugal é o Teatro Nacional de São Carlos (saocarlos.pt), que fica no Chiado (Lisboa). Já foi de referência internacional em tempos, mas isso perdeu-se. Hoje o S. Carlos estaria ao ideal nível de um teatro provinciano, com espectáculos variando entre o péssimo e o medíocre. Salva-se a excepção para a CARMEN, em Junho, que pode salvar a temporada. Mas apresse-se, que há umas semanas a sala já estava ocupada a uns 90%.
Em Lisboa, existe também a Gulbenkian, que tem feito algumas transmissões ao vivo de óperas da Metropolitan Opera House (NY). O auditório leva umas 1000 pessoas, e tem estado cheio. A próxima é dia 20 e tal, com "As Valquírias". A FC. Gulbenkian também passa algumas óperas ao vivo, mas sem cenários. É, também, mais barata.
Se quiser mais informações, comente. Se "deslizar" pelo blog, pode ficar com uma ideia mais ampla do que se faz por cá. Também sou um principiante. ;-)