Em primeiro lugar, gostava de dizer que já houve um espectáculo semelhante a este, na Gulbenkian, há cerca de dois anos.
Na primeira parte, tocou-se a abertura de Fidelio e cantou-se Ah! Perfido!. A soprano Adina Aaron demonstrou ter uma voz com óptima projecção, mas de timbre pouco interessante, e com uma iminente ameaça de estridência.
Na primeira parte, tocou-se a abertura de Fidelio e cantou-se Ah! Perfido!. A soprano Adina Aaron demonstrou ter uma voz com óptima projecção, mas de timbre pouco interessante, e com uma iminente ameaça de estridência.
O maestro Bertrand de Billy. |
Depois do intervalo, foi a nona sinfonia. Acabando em Hino Europeu, é uma forma de encerrar com chave de ouro -- neste caso, leia-se de prata -- qualquer ciclo de concertos de música clássica. A direcção musical de Bertrand de Billy é interessante; básica (por vezes demasiado) em alguns aspectos, e pouco convencional noutros. O coro da Gulbenkian teve um bom desempenho vocal, passando também por uma atitude física algo desmazelada e por alguns "picos" de estridência. Os quatro solistas possuíam capacidades vocais heterogéneas. Nenhum tinha uma voz particularmente bonita. O barítono projectava bem a voz, o tenor tinha algumas dificuldades "técnicas", a meio-soprano não se fazia ouvir, e a soprano da primeira parte teve um bom desempenho.
Foi um espectáculo interessante, aplaudido efusivamente e de pé.
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Também lá estive e considerei o espectáculo muito aquém das minhas expectativas.
ResponderExcluirOs encontros com a Nona são sempre uma grande experiência. Nunca a ouvi e vi ao vivo, só através dos meios do costume: radio, TV, DVD, canal Mezzo, etc. Um destes dias terei mesmo de passar pela experiência!!
ResponderExcluirSaudações musicais e bom fim de semana!
Não deve ter visto o mesmo concerto que eu. O
ResponderExcluirQue eu vi foi um maestro que nada parecia saber de beethoven. Os tempi eram em todos os andentos demasiado rapidos e levaram a que toda a peça parecesse ser tocada "a despachar". A orquestra não estava coesa, a orquestração frágil de Beethoven foi pessimamente realizada e tivemos um maestro tão pouco envolvido, que para subir ao pódium enquanto metrónomo humano, no mínimo podia conhecer os tempi da peça. Veja-se que num dos momentos mais dramáticos da sinfonia, marcha com o solo de tenor, tinhamOs sopros e percussão a correr em tempos diferentes, de tal forma que dw billy teve mesmo que corrigir o tempo contando para a percussão 1 2 3 4!
As vozes ajudaram, mas não salvaram uma noite desastrosa, dirigida por alguém que claramente despreza a responsabilidade que lhe passa pelas mãos quando interpreta uma das maiores obras da humanidade.
@FanaticoUm e @ E. Crespo,
ResponderExcluirObrigado pelos vossos comentários. Quem tivesse visto o post logo quando o pus online pela primeira vez, teria visto 3 estrelas no final. Estava num dilema entre as 3 e as 4 (e imagino que o E. Crespo teria ido mais longe), e, lendo os vossos comentários, decidi voltar a 3.
O espectáculo não deixou de ter momentos interessantes, a meu ver. Gostei de muitos dos tempi - o "à pressa" nem sempre me pareceu mal de todo. Houve, de facto, muitos momentos métricos, e outros tantos mal conseguidos; imagino que o E. Crespo esteja a falar daquele dos ferrinhos e, se nesse caso, penso que notei o mesmo. Também me lembro de os sopros estarem (não faço ideia de quando) atrás do coro. As passagens dinâmicas também foram um conceito pouco desenvolvido,
Cumps
@ Elsa, não deixe de o fazer! É como conhecer bem Roma e nunca ter visto o Papa!!