Capriccio foi a última ópera composta por Richard Strauss. Nesta "peça de conversação para música", debatem-se a importância das palavras e da música, e como estas concorrem entre si e com os demais factores que levam a arte ao público -- material interessantíssimo para debate neste blog!
Imagem publicitária da transmissão Live in HD. |
A encenação de John Cox data de 1998. Convencionalmente, a acção deveria decorrer no século XVIII -- e aí se falaria de Gluck e de música que não se adequa às palavras --, mas a beleza dos cenários e dos figurinos consegue justificar a adequação da transposição temporal.
La Roche, Flamand e Olivier no início da discussão. |
A interpretação de Renée Fleming foi extraordinária. Na última cena, via-se claramente a facilidade com que cantava, e penso que a graciosidade com que actuou como Condessa não deixou os (habituais) cépticos indiferentes.
"Kein andres, das mir so im Herzen loht, / Nein, Schöne, nichts auf dieser ganzen Erde," |
O trio dos artistas esteve à altura do espectáculo, mas sem deslumbrar. Por vezes, até fiquei com a sensação de que Flamand e La Roche estavam a ser bem "puxados" pelos técnicos de som. Como se escreve no blog "Fanáticos da Ópera", nem Olivier nem Flamand "impressionaram na expressão das suas paixões pela condessa".
Sarah Connolly fez bem o papel de Clairon, tendo constituído com o Conde (Morten Frank Larsen) uma dupla quer cenica, quer vocalmente interessante. Também os cantores italianos (?) foram muitíssimo bem interpretados por cantores de vozes bonitas e límpidas.
Sarah Connolly fez bem o papel de Clairon, tendo constituído com o Conde (Morten Frank Larsen) uma dupla quer cenica, quer vocalmente interessante. Também os cantores italianos (?) foram muitíssimo bem interpretados por cantores de vozes bonitas e límpidas.
O octeto. |
Ainda assim, fiquei com a impressão de que o espectáculo foi algo limitado pela direcção musical de pouco interesse.
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