Strauss, Mozart & Mahler @ Gulbenkian, 19/11/2010

O prelúdio do Morcego (Strauss) e o 24.º concerto para piano de Mozart constituiram a primeira parte. O Maestro Jean-Claude Casadesus aplicou tempi muito irregulares que não me satifizeram muito desde a primeira peça. Depois, pelo piano, também não houve nada de admirar. Perfeitamente aceitáveis, ainda assim. Como encore, o pianista tocou um nocturno de Chopin -- que lhe valeu muitas das palmas.

Fotografia do programa do maestro Casadesus.
A segunda parte foi o motivo que me chamou ao Grande Auditório: a 4.ª sinfonia de Mahler. Esta extraordinária peça causou já alguma impressão; mas três coisas me desconsolam: a orquestra abafa o som do solo de violino, cuja audição me parece fundamental; e, por várias vezes, os tímpanos pareceram-me estar a fazer demasiado barulho. A soprano Olga Pasichnyk, a pesar de cantar muito bem e ter um timbre bonito, não se conseguiu fazer ouvir.

Estava aqui a ler que o maestro Casadesus tem 75 anos. Será possível? Mexendo-se com tal agilidade e apenas com meia dúzia de cabelos brancos? Tomara aos muitos encatarroados estarem como ele!!

8 comentários:

  1. Caro Plácido,
    Nem sempre os espectáculos da Gulbenkian encantam. Penso que um dos Fanáticos também terá ido, mas como estamos em dia de aniversário, os comentários só aparecerão mais tarde. Mas obrigado por esta sua apreciação.
    Cumprimentos musicais, de Estocolmo

    ResponderExcluir
  2. Se calhar, fui eu que não soube apreciar. Porque o que é certo é que o maestro gravou Wagner com Van Dam.
    Vejamos o que diz o outro fanático. :-)
    Cumprimentos para Estocolmo!

    ResponderExcluir
  3. Caro Plácido,

    Estive na 5ª feira passada neste concerto da Gulbenkian e confesso que ia com grande expectativa porque Mahler é uma das minhas paixões.

    Concordo plenamente em tudo o que disse na sua crítica. Para quem ouviu Simone Young dirigir a 5ª na temporada passada, esta 4ª na mão da mesma teria sido provavelmente excelente.

    A ausência de utilização de tempo rubato na abertura de o Morcego trouxe uma métrica aritmética algo incomodativa. Não gostei.

    O concerto para piano e orquestra nº 24 de Mozart não é, por certo, o meu favorito. Acho que o brilhantismo desde David Kadouch, a um mês de fazer apenas 25 anos, não sobresaiu durante o concerto por uma direcção de orquestra pouco dinâmica, empastelada. Não escutei o espírito Mozartiano na sua essência e a sempre praticamente perfeita orquestra Gulbenkian também não esteve ao seu nível por esta razão. Daí possa dizer que o melhor do concerto tenha sido realmente o extra de Kadouch com Chopin. Magnífica interpretação. Gelou todos no auditório (e especialmente durante a execução da mesma... sem os barulhos adventícios habituais...).

    Cumprimentos musicais.

    ResponderExcluir
  4. Tem piada... porque de facto não houve tosses no encore! Mas houve muita gente a virar-se para o lado "isto é Chopin, que eu sei". Ele toca bem, sem dúvida, mas não achei que fosse uma interpretação muito especial. Por falar em piano, vai ver o Sequeira Costa, wagner_fanatic?

    ResponderExcluir
  5. Não vou.

    Tinha era bilhete para o Thomas Quashoff e soube hoje que já não canta na 2ª feira o ciclo "A Bela Moleira". Felizmente dão o dinheiro de volta. Não me parece que fique muito bem na voz de Cristine Schafer...

    Enfim... ainda não é desta que o vejo.

    ResponderExcluir
  6. Por falar em coisas giras...
    Vai ao Dudamel (9ª de Mahler e 7ª de Beethoven!!) e ao Hampson (lieder de Mahler!!!!!)?

    ResponderExcluir
  7. À 9ª não vou poder ir por motivos musicais também mas aguardo com expectativa o Mahler de Hampson em Abril.

    Partilha da minha visão de que os Ruckert Lieder com Hampson e Bernstein são talvez a melhor gravação da obra?

    Cumprimentos musicais.

    ResponderExcluir
  8. Eu tenho essas gravações (Hampson-Bernstein)dentro daquele pack da obra completa de Mahler que a Deutsche Grammophon lançou há uns meses. Ainda não tive tempo de analisar cuidadamente, com texto ao lado porque estou a ouvir tudo. Mas pelo que ouvi de ânimo leve pareceu-me que eram gravações de grande perfeição. Depois volto a dizer-lhe.

    (Enquanto escrevo isto, tenho aqui ao lado uma música que é só assim "I love it when you call me names".)

    ResponderExcluir