...E vai mais uma transmissão de alta qualidade para o auditório da Fundação Calouste Gulbenkian de Lisboa, em directo da Metropolitan Opera House, de Nova York!
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Imagem publicitária. |
A encenação de Mary Zimmerman -- já
comercializada pela Deutsche Grammophon -- é uma encenação de essência moderna que transporta a acção no tempo, situando-a no último quartel século XIX. É uma encenação coesa, não muito complexa, e eficaz. Ora aqui está um exemplo a seguir!
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Tézier como Enrico. |
Natalie Dessay começou com "a garganta seca", como afirmou em entrevista a Renée Fleming, no
backstage, mas foi recuperando até à
gloriosa "cena da loucura". Sendo uma actriz nata, arrasou também vocalmente. Lembro que o público se mexe muito no Met Live; quando chegou àquela parte da "pirotecnia vocal", veio-me um espirro (felizmente contido) que me desconcentrou por breves momentos, e reparei, lá do fundo da plateia C: um auditório de cabeças imóveis, de olhos bem abertos (e presumo que de boca aberta babando). A interpretação destas árias por Dessay é, de facto, estupenda, e vale todo o espectáculo. Uns meses depois da perda de
La Stupenda, há que seguir em frente!
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A visão do "fantasma" foi representada coreograficamente. |
Como Edgardo, esteve Joseph Calleja, que mostrou as suas óptimas habilidades de tenor à antiga. De grande tamanho ao lado da pequenina Dessay, o tenor conseguiu arranjar espaço para brilhar, mas ainda tem muito que evoluir para estar ao nível da parceira...
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O acto II, culminado em fotografia. |
Enrico foi interpretado por Ludovic Tézier -- barítono dotado de uma boa voz e postura física para o papel. O Raimondo de Kwangchul Youn também não se saiu nada mal, mas também não teve grande destaque no seu papel secundário.
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A célebre "cena da loucura". |
Não fiquei um fã da direcção musical de Patrick Summers. Não gostei do dueto "Verranno a te sull'aure", e isso parece ter feito a diferença de uma forma muito pragmática na minha impressão final.
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Valeu bem a pena! |